sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Na Revista Roteiro

Lúcia Leão, amiga e parceira 'das antigas', fez um texto bonito sobre o Ateliê Anjico, que foi publicado na Revista Roteiro de outubro. A Eva, amiga 'das novas', fez a foto, que acabou não saindo na revista, mas acaba de ser divulgada aqui. A Gabriela, novíssima amiga, me acompanhou na pose. Leiam, que vale a pena:

Há, no Lago Norte, um lugar sob medida para se fazer arte. Fica à beira de um córrego cristalino e bem perto de uma cachoeira mansa e prateada. A entrada, recortada numa encosta segura pelas raízes de um bambuzal lembra o buraco que engoliu Alice para o País das Maravilhas. Por ali também se mergulha num mundo mágico onde a imaginação tudo transforma. E o melhor é que o Ateliê Anjico – com “j” mesmo, um pequenino anjo - é bem real: um lugar para iniciação em técnicas de expressão visual, de aprendizado sobre a natureza e de harmonização e convivência entre pessoas e as coisas que as cercam.

Primeiro só crianças que podiam desfrutar das oficinas de arte e educação ambiental: alternar mergulhos na cachoeira com aulas de desenho de observação; coletar argila na beira do córrego e transformá-la em obras de arte; viajar das ancestrais pinturas rupestres às esculturas de lixo hi tech; colher cores e construir escalas cromáticas com flores, folhas, penas e pedras encontradas no jardim. Agora a artista plástica e educadora Mangala Bloch, idealizadora e coordenadora do Ateliê, se declara pronta para receber também adultos.

A abertura do leque de atividades é resultado da consolidação prática do Ateliê, que se deu nos últimos dois anos depois de mais de uma década de maturação do seu conceito. Mangala conta que começou a construí-lo em 1993 quando, com um grupo de amigos, se instalou numa privilegiada faixa de terra às margens do Córrego do Urubu com a determinação de melhorar a qualidade de vida e cuidar daquele veio d’água que dá seu quinhão para alimentar o Lago Paranoá. Já sustentadas no triângulo produção-apreciação-contextualização, teoria desenvolvida pela arte-educadora Ana Mae Barbosa, o foco das primeiras oficinas eram os filhos dos moradores e dos trabalhadores do local.

“Nosso idéia inicial era proporcionar a convivência das crianças nesse novo espaço que de certa forma as isolava da cidade”, conta a artista.

Mas a proposta cresceu, e Mangala cresceu com ela (ou vice-versa): licenciou-se em educação artística pela UnB e especializou-se na Escola da Natureza, que prepara professores das escolas públicas do DF para introduzir a educação ambiental como tema transversal nos currículos das escolas públicas. Equipou o Ateliê e abriu as oficinas para a comunidade em cursos regulares e colônias de férias. No ano passado o Ateliê recebeu recursos do FAC para atender gratuitamente crianças de baixa renda. Ofereceu as vagas para estudantes da Escola Classe do Varjão.

“Foi uma experiência fantástica não apenas pela oportunidade rara de aprendizado dada a essas crianças, mas principalmente porque foi um grupo selecionado dentro da escola de acordo com aptidões e interesses que já tinham sido identificados pelos professores”, conta Mangala.

Além de uma farta e surpreendente produção de desenhos, pinturas e esculturas dos mais diferentes materiais (produção), a turma de alunos financiada pelo FAC visitou exposições no CNBB e passou uma tarde no ateliê do artista Rômulo Andrade (apreciação) e desenhou mapas e construiu maquetes sobre o bairro, seus habitantes e a natureza que o cerca (contextualização).

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